Em muitos casos, a universidade e a escola são dois mundos diferentes para os alunos, tanto o caminho necessário para entrar em cada uma delas como a vivência educacional e a metodologia diária. Esse abismo não é nenhum pouco benéfico para a produtividade do estudante, que tem dificuldades para construir um saber acadêmico atualizado com as demandas escolares, e para a reputação da escola.
Afinal, toda instituição escolar deve procurar oferecer a melhor qualidade de ensino possível e preparar as crianças e jovens para o futuro, que, na maioria das vezes, os pais e alunos associam ao ingresso na universidade.
Quando a sua escola ainda exige um longo caminho para se aproximar de instituições acadêmicas, significa que ela não oferece o que a sociedade busca e que pode ser facilmente trocada por outra que preenche essa lacuna.
Então, quer encurtar distâncias entre universidade e escola para contornar esse problema? Temos algumas dicas que podem ajudar. Continue a leitura!
Promoção de debates metodológicos na escola
Primeiramente, é preciso entender que atingir o objetivo de criar laços produtivos entre universidade e escola não é uma tarefa simples, especialmente pela multiplicidade das pessoas que compõem a juventude atual, seja em relação à cor, origem social, geográfica etc.
Quer dizer, quanto mais as pessoas desse grupo se distanciam do capital econômico, cultural e intelectual dominante, maior se torna o abismo entre a vida na universidade e escola: um Levantamento do Mapa de Aprendizagem mostra que o Brasil é o 5º país mais desigual no ensino de Matemática e o 3º em Leituras e Ciências.
Diante disso, é indispensável promover debates metodológicos na escola, levando esses aspectos em consideração na intenção de levantar soluções, especialmente se existirem alunos que se encaixem nos aspectos mencionados.
Quanto a isso, a escola pode procurar fazer parcerias com institutos tecnológicos para facilitar o acesso dos estudantes à internet e à tecnologia, diminuindo as disparidades, promover atividades extraclasse dentro da própria instituição escolar para estimular o aprendizado do aluno etc. Tudo depende do perfil dos estudantes de cada escola, o que exige atuações diferentes na metodologia de ensino.
Parcerias e projetos em conjunto com universidades
Conforme mencionado, parcerias e projetos entre escolas e universidades são algumas das maneiras de aproximar os alunos dessas duas instituições e ter maior produtividade no ensino.
Foi o que fez, por exemplo, o MIT, um dos maiores institutos de tecnologia, em parceria com uma escola da Ilha da Maré, perto de Salvador, que, por meio da tecnologia de voz, possibilitou que os alunos da ilha, distribuídos em 9 comunidades quilombolas, pudessem continuar aprendendo, mesmo com problemas no transporte escolar, dificuldade de acesso à internet e a pandemia do coronavírus, que paralisou as aulas presenciais.
Além desse exemplo, diversas outras escolas do Brasil também podem servir de inspiração pela parceria realizada com as faculdades.
Foi o caso do Centro de Ensino Médio Orquelina Torres, localizado na cidade de Guaraí, no Tocantins, que a partir do programa Escola Jovem em Ação, em parceria com a faculdade FAG, permitiu que os estudantes de ensino médio pudessem conhecer e desenvolver experimentos em laboratórios de Ciências da faculdade. Ainda, houve o empréstimo de equipamentos de laboratórios para o melhor ensino de Biologia e Química.
Ações como essas encurtam distâncias entre universidade e escola ao mostrar para os alunos demandas atualizadas e próximas ao que eles podem acompanhar, caso ingressem no curso superior — uma realidade que se mostra possível.
Aproximação dos alunos dos contextos acadêmicos
A aproximação entre alunos e universidade é tão relevante que, desde 2009, o ENEM, que é o exame avaliativo do desempenho no Ensino Médio, foi reformulado para servir como um dos principais critérios de entrada em universidades públicas federais.
Para isso, muitas escolas adotam na grade curricular conteúdos mais recorrentes nesse exame, que tem o intuito de analisar a bagagem de conhecimentos do aluno, capacidade interpretativa, análise e formulação de argumentos de cada um. Ainda, incluem periodicamente simulados com base nessa prova, para que o aluno consiga se preparar para a entrada no curso superior.
Outro fato importante sobre o Enem é que ele não formula a pontuação final do estudante com base apenas na quantidade de acertos, mas sim no padrão de resposta, com base na Teoria de Resposta ao Item e nas características de cada item.
Por exemplo, quanto mais os alunos acertam uma questão, menor será o valor dela, da mesma maneira que acertar o que muitos erraram pode valer mais. Então, que tal trazer os métodos de avaliação do Enem para perto do dia a dia da escola e, consequentemente, do aluno?
Adaptação às expectativas e necessidades dos alunos
Parte fundamental do bom desempenho ao encurtar distâncias entre universidade e escola é reconhecer e aceitar que a metodologia utilizada pode estar ultrapassada, não atender as necessidades atuais e muito menos engajar os alunos, o que deve ser sempre o objetivo de qualquer instituição escolar.
Diante disso, é preciso compreender a cultura em que esses alunos estão inseridos atualmente, que normalmente inclui o acesso constante a meios tecnológicos, como computador, celular e tablet, para produzir conteúdos mais atrativos. Isso pode incluir o uso de videoaulas na grade curricular, filmes que ilustram determinado assunto, aplicativos para gerenciar e monitorar atividades, e-books etc.
Ao falar a mesma linguagem dos alunos e mostrar interesse em entender as expectativas e os desejos deles, é possível aumentar a satisfação e criar um relacionamento mais produtivo com os estudantes, o que estimula o desempenho de cada um, além de manter a escola alinhada com o tipo de ensino de muitas universidades.
Como você pôde perceber, a relação entre universidade e escola nem sempre consegue ser próxima o suficiente para que os alunos tenham experiências similares nesses espaços, não sintam o abismo das diferenças e não tenham dificuldades no aprendizado. Nesse sentido, o papel da gestão escolar é significativo para contornar a situação.
Então, você gostou do texto e quer continuar aprendendo? Confira agora nosso post sobre gestão de excelência do ensino remoto e fique por dentro desse assunto!
Isso é o que chamo de bom trabalho. Muito Bom.
Muito obrigado.