E se os alunos tivessem autonomia para criar soluções de determinados desafios, com base na criatividade de cada um deles e nos recursos à disposição?
É justamente isso o que é a cultura maker, capaz de favorecer a independência pessoal e a democratização do conhecimento.
Afinal de contas, por meio da cultura maker, que traduzida para o português carrega um significado semelhante a ‘’faça você mesmo’’, os indivíduos ganham a liberdade de fabricar, reparar, construir e alterar objetos e funções com as próprias mãos. Tudo, claro, desde que recebam a colaboração de profissionais para impulsionar o desenvolvimento intelectual.
E então, conseguiu entender o que é a cultura maker e como ela pode ser uma alternativa interessante para aplicar na sua instituição de ensino? Continue a leitura e saiba mais a respeito do assunto!
O que é a cultura maker?
Conforme mencionado, o termo cultura maker se refere às atividades em que cada um é responsável pela execução. Isso acontece de forma manual e prática, sendo necessário pensar em métodos de criação, modificação e conserto de algo.
Por exemplo, trazendo o conceito ao ensino de robótica na escola: em vez de o aluno levar um brinquedo tecnológico quebrado para o conserto, ele mesmo se responsabiliza por essa etapa, que deve ter auxílio de profissionais mais experientes.
Quais são os benefícios da cultura maker no ambiente escolar?
O mundo globalizado e o capitalismo influenciam bastante e permitem que praticamente qualquer necessidade atualmente seja trocada por dinheiro. Precisa consertar o celular? Existem pessoas responsáveis por isso. Necessita do ajuste de uma peça de roupa? É possível procurar uma costureira. E por aí vai.
Ao mesmo tempo, a tecnologia possibilita que as necessidades cotidianas sejam sanadas de forma prática e muitas vezes a baixo custo, sem a obrigatoriedade de consumir os produtos e serviços disponíveis no mercado. É a chamada cultura maker.
A consciência e a capacidade de resolver os problemas de modo manual, sem comprar ou pagar por isso, oferecem inúmeros benefícios aliados à sustentabilidade, personalização e inovação. Entenda melhor na sequência do post.
Engajamento nas disciplinas
Estimular a interação dos estudantes no ambiente escolar tem sido cada vez mais desafiador, já que não é difícil encontrar pessoas que associam a escola ao tédio. Por isso, contar com a cultura maker para engajar os alunos ao atraí-los, envolvê-los e deixá-los comprometidos em um projeto representa um benefício que merece comemoração.
Dessa maneira, é possível incentivar o desenvolvimento até dos jovens mais dispersos e desinteressados durante as aulas. Muitas vezes, apenas aparelhos eletrônicos conseguem despertar tamanha atenção.
O engajamento dentro da cultura maker também ajuda no trabalho em equipe, já que nele é necessário buscar um propósito em comum com os demais membros e entregar o melhor de si para atingi-lo. Isso nem sempre está ao alcance nas metodologias de ensino tradicionais, em que parte da equipe se engaja bem mais que outra.
Autonomia dos estudantes
Como dito, quase sempre existe algum serviço ou produto capaz de resolver a vida de alguém, desde que haja dinheiro para intermediar a relação. Porém, esse tipo de contato, que surgiu para facilitar a vida dos indivíduos, pode torná-los dependentes e incapazes de resolver pequenos problemas do dia a dia de forma autônoma, consciente e até mesmo responsável.
Isso é sentido em diferentes aspectos do cotidiano, como a habilidade de escrever à mão, a dificuldade de distinguir informações confiáveis e não confiáveis — resultando no compartilhamento de fake news —, o aparecimento de problemas na criação de conteúdos originais, já que existe uma enorme disponibilidade pela internet etc.
Todas os obstáculos oriundos da autonomia reduzida podem se tornar contratempos ainda maiores no mercado profissional, que demanda colaboradores críticos e capazes de se adaptar a diferentes situações, principalmente em tempos de crise. E essas barreiras por vezes surgem até no curto prazo, já que o compartilhamento de fake news atrapalha a democracia e leva a desdobramentos judiciários.
Ao introduzir a cultura maker nas escolas, você garante que a gestão institucional estimule a autonomia para formar cidadãos mais preparados para o mercado de trabalho, capazes de enfrentar os desafios e ciladas do cotidiano e de lidar com obstáculos sociais.
Diferencial educativo
Quando a sua escola prepara os estudantes para o mercado, com base em características que devem ser ainda mais exigidas no futuro, além de formar cidadãos críticos e politizados, ela já preenche lacunas que muitas outras, por insistirem na educação tradicional, não conseguem. Portanto, trata-se de um diferencial educativo.
Quer dizer, atualmente é preciso que a educação faça mais do que contribuir para que os alunos atinjam bons desempenhos nas provas, vestibulares e exames. Várias famílias e os próprios jovens estudantes já estão de olho e em busca de instituições que proporcionem isso.
Preparação para os desafios do século XXI
Conforme mencionado, apesar dos inúmeros benefícios, não foi apenas isso que os recursos digitais trouxeram. Houve também um acréscimo no desgaste do meio ambiente devido às atividades exploratórias, sem falar no crescimento das desigualdades sociais.
Diante disso, os governos de diversos países e a própria Unesco, como mostra o relatório, já sinalizaram a importância de medidas para ajudar os alunos a se prepararem com os desafios existentes. Isso significa que o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos cognitivos não pode ser aplicado nas instituições sem preocupação com a resolução de problemas globais.
Nesse sentido, a cultura maker, por consistir na resolução, criação e alteração de algo específico, o que estimula a capacidade de resolução de problemas, é uma das maneiras das escolas lidarem com os desafios do século XXI e atingirem os critérios mencionados pela Unesco.
Conseguiu entender o que é a cultura maker e os seus benefícios para a transformação da educação escolar? À procura de uma implementação com eficácia, é indispensável contar com o treinamento de professores qualificados e da avaliação do perfil dos alunos, para entender o nível de cada um, e criar ações experimentais, expansíveis a outras disciplinas.
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