A narração é um tipo de produção textual que costuma cair nos principais vestibulares do país, como o Enem e a Fuvest, o que a torna um tema essencial de ser estudado.
Assim, saiba que se trata de uma modalidade que relata fatos e histórias a respeito de determinada temática, descrevendo personagens, o tempo e o espaço ocorrido.
Certamente você já ouviu uma narração, seja no jornalismo, em podcasts, em um filme, em uma história de amigos e em muitas outras opções. Nesse sentido, existem diferentes estruturas que podem ser narradas, além de diferentes tipos de narradores. Cada um deles imprime uma qualidade diferente à narração.
Para o melhor entendimento do assunto, preparamos esse artigo tirando as principais dúvidas sobre a narração. Continue a leitura e domine essa modalidade!
Afinal, em que consiste a narração?
Conforme mencionado, a narração consiste no relato de histórias reais ou fictícias acerca de uma tema. Para isso, existem elementos fundamentais para que a produção tenha sentido, como personagens, tempo, modo, causa, espaço, narrador, enredo etc. Cada um desses elementos tem funções específicas e é indispensável para a compreensão.
Apesar disso, não é obrigatório que todos os elementos citados estejam presentes de uma só vez na produção, tudo varia de acordo com os objetivos do autor, do contexto e até da função do gênero.
Assim, por mais que esteja permitido ocultar os recursos acima — com exceção dos personagens, que são indispensáveis por protagonizarem uma ação —, conhecer a fundo cada um deles permite um uso com mais propriedade, para que seja possível entender e respeitar adequadamente o gênero em questão, possibilitando melhores colocações no vestibular, por exemplo.
Personagens
Como dito, tratam-se dos elementos indispensáveis dentro de uma produção narrativa, já que são os responsáveis pela ocorrência de uma ação. Nesse sentido, elas podem ocorrer uma posição de destaque e protagonismo, antagonismo — o personagem que se opõe aos valores do protagonista — ou em posições secundárias.
Além disso, saiba que a quantidade de personagens também varia de acordo com os objetivos e contexto da escrita. Por exemplo, no filme Oxigênio, da Netflix, por mais que não se tratasse de uma obra narrativa, só houve praticamente uma personagem do início ao fim.
Tempo
Dentro de uma história narrativa é necessário descrever o tempo para que os leitores ou ouvintes possam emergir na história da melhor maneira possível. Assim, o tempo pode corresponder a noite, manhã ou até mesmo a ocasiões mais específicas, como numa tarde de verão, dia chuvoso, primavera etc. Além disso, o tempo pode ser cronológico e revelar as ações ocorrendo ao seguir a ordem linear de começo, meio e fim.
E ainda, outra opção é que o tempo narrado seja a partir das lembranças dos personagens, podendo misturar o presente, passado e futuro. Esse tipo de recurso é comum em filmes de flashback, em que o telespectador precisa se esforçar um pouco mais para entender o contexto, como na produção Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças.
Espaço
Descrever o lugar em que determinada história ocorre também é importante para uma maior compreensão do contexto em que os personagens estão inseridos e das ações ocorridas. Esse tipo de narração pode se tornar ainda mais relevante quando se trata de espaços muito específicos e que influenciam com nítida clareza as características dos personagens. É o caso do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
Narrador
Trata-se do responsável por contar uma história e relatar os elementos principais, como personagens, tempo, espaço, ações etc. É importante deixar claro que o narrador inevitavelmente alia suas interpretações de mundo com o formato em que resolve contar um fato, e isso não pode ser ignorado em obras narrativas, já que pode ser decisivo para a história contada.
Um exemplo de narrador que sinaliza isso é a obra literária Dom Casmurro, em que todos os relatos do livro são narrados a partir das lembranças do personagem sobre sua vida e lembranças, além das suas visões de mundo e bagagem cultural.
No caso de Dom Casmurro, o narrador era também personagem, mas existem outros tipos que você precisa conhecer. Acompanhe:
- narrador-observador — revela ao leitor apenas os fatos percebidos e faz isso na 3ª pessoa, apresentando um certo distanciamento da história, considerando os outros tipos de narradores;
- narrador-onisciente — é o narrador que muito além de relatar a partir do que foi visto, revela até pensamentos mais íntimos que os personagens podem não saber ainda. É um tipo de abordagem comum em muitos filmes de comédia romântica. Em alguns casos, ele tenta se manter próximo da neutralidade, em outros casos emite julgamentos e opiniões;
- narrador-personagem — é narrado em 1ª pessoa e como o próprio nome sugere, torna-se também personagem da história, trazendo sua visão parcial e impressões a respeito de algum assunto, como no livro mencionado, Dom Casmurro.
Enredo
Refere-se aos acontecimentos que fazem parte de uma narrativa, que normalmente envolve um conflito ocorrido entre um ou mais personagens da história. O desenrolar da narrativa é o relato e a organização dos fatos, que prende a atenção do leitor para o desfecho final. Quanto a isso, o enredo costuma ser dividido em 4 partes:
- introdução — como o próprio nome sugere, é o início da história e o momento em que os personagens, espaço, tempo e fatos iniciais são introduzidos para o leitor ou ouvinte;
- complicação — é o momento da apresentação e desenrolar de um conflito;
- clímax — trata-se do momento de maior tensão da história e tende a prender mais a atenção dos leitores e telespectadores;
- conclusão — é hora dos conflitos narrados encontrarem um desfecho final, que pode ser trágico, feliz, triste etc. Em produções mais clichês, esse costuma ser o momento do ‘’foram felizes para sempre’’ dos personagens principais.
Quais os gêneros que podem ser narrados?
Como você pôde notar, de acordo com os gêneros literários e do audiovisual exemplificados, a narração pode fazer parte de diferentes gêneros, é o caso:
- romance;
- conto;
- fábula;
- notícias;
- filme;
- teatro;
- crônica;
- filmes;
- relatos;
- HQs.
Percebeu como existem inúmeras abordagens possíveis para desenvolver uma narração? A variedade de técnicas não pode ser motivo para desistir ou se desmotivar. Nossa recomendação é que você consuma o máximo possível desse tipo de produção, especialmente as textuais, para se familiarizar com a escrita, e comece a praticar, especialmente com plataformas de correção.
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