Hoje vamos contar qual é a diferença entre poesia e prosa para que você possa mandar bem no vestibular!
Como ambas são formas textuais que sempre aparecem nas provas — por exemplo, na Fuvest e no Enem —, é importante ter em mente as definições de cada uma e as diferenças entre elas. Acompanhe!
O que é prosa?
Prosa é um tipo de texto contínuo, muitas vezes dividido em períodos simples e compostos, além de parágrafos. É o texto que vemos em narrativas, crônicas, contos, em jornais e nas conversas do cotidiano.
Uma das principais características, além da continuidade, é o uso predominante da linguagem denotativa, porque a prosa é a expressão do pensamento racional.
Existem dois tipos de prosa: a prosa literária e a prosa não literária.
Os romances exigidos pelos vestibulares, como Dom Casmurro, de Machado de Assis, fazem parte do grupo da prosa literária. A redação pedida na maioria dos vestibulares é no formato dissertativo, um texto em prosa não literária.
O que é poesia?
Poesia é o tipo de texto feito em versos e estrofes, com o uso de ritmo e, muitas vezes, de rima. Esse tipo texto preza pela estética e pela linguagem conotativa, porque normalmente expressa sentimentos e sensações.
Encontramos poesia em obras como A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de Andrade. É importante estudar os textos poéticos que geralmente caem nos vestibulares para conseguir um bom resultado. Muitas vezes, pensamos que a interpretação da poesia é algo livre, sem regras, justamente porque ela está mais relacionada à arte, ao subjetivo e às emoções, mas existe muito estudo a respeito das intenções dos poetas, e isso é algo que precisa ser considerado.
Poemas e músicas são exemplos de poesia. Dentro da classificação de poemas, existem diversos tipos, como soneto, poema épico, ode, poema lírico, entre outros. Todos são objetos de estudo e podem aparecer nas provas.
Vamos entender um pouco mais sobre as partes que constituem a poesia.
Versos
É a “linha” presente na poesia. Cada verso é uma junção de sílabas poéticas, que geralmente respeitam um ritmo e uma métrica. Separamos as sílabas por meio dos sons e contamos quantas estão presentes em cada verso. Isso é chamada metrificação.
Existem poemas com um número definido de sílabas em cada verso, que têm uma classificação específica por isso: decassílabo (10 sílabas), redondilho maior (7 sílabas) ou redondilho menor (5 sílabas), entre outros.
Existem também os versos livres, que não têm metrificação definida.
Estrofes
São as separações da poesia, formadas por versos. A classificação das estrofes é definida pelo número de versos que ela tem. Existe uma regra de classificação e de número de versos em cada estrofe, mas nem toda poesia segue essa regra.
Geralmente, apresentam o mesmo número de versos, o mesmo ritmo e métrica, mas não é uma regra rígida, afinal, é manifestação artística. Existem poesias com números diferentes de versos, por exemplo.
Ritmo
É o efeito construído a partir da intercalação de sílabas tônicas e não tônicas. Geralmente, é produzido pela métrica e pela rima, mas existem autores que o constroem de maneiras diferentes.
Metrificação
É a contagem das sílabas poéticas, construídas por meio dos sons das palavras. A divisão silábica da poesia não é a mesma da divisão silábica usual das palavras. Ela respeita o som formado e acaba na última sílaba tônica do verso.
Se o verso terminar com a palavra “harmônica”, por exemplo, contamos as sílabas até o “mô”, descartando o “nica”.
Quais são as principais diferenças entre prosa e poesia?
Uma das principais diferenças é o uso intencional do ritmo na poesia por meio da metrificação, que não aparece na prosa. Outra diferença é a forma como os textos se apresentam: em frases, na prosa, e em versos, na poesia.
A linguagem predominante em cada tipo de texto também tem diferença. A prosa costuma usar o discurso livre e direto, e a poesia, a subjetividade e a linguagem de maneira estética.
Como os dois tipos de texto também podem fazer parte da literatura, obviamente as diferenças podem ser transpostas por alguns autores. Precisamos ter em mente que elas aparecem a partir do momento em que definimos prosa e poesia de maneira mais genérica.
Ou o texto é prosa, ou é poesia?
Não exatamente. Como toda regra tem exceção e, ao longo dos anos, escritores e artistas aprendem a “brincar” com língua, podemos observar a combinação desses elementos em diversos textos.
Existe o que chamamos de prosa poética e a poesia em prosa. Para o primeiro caso, um autor bastante emblemático é Guimarães Rosa (que também costuma aparecer nos vestibulares). Ele ficou conhecido por escrever textos narrativos (prosa) utilizando o lirismo da poesia, além de alguns de seus elementos, como aliteração, metáforas, antíteses, sonoridade das frases, entre outros.
Para a poesia em prosa, temos como exemplo Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, outra obra que pode aparecer no vestibular. O livro é um romance, o que inicialmente nos faria pensar que é uma prosa, escrito em versos, com ritmo e rima — o que seria a classificação da poesia.
É importante notar também que, na Grécia Antiga, poesias eram usadas para contar histórias e até mesmo para informar. A poesia estava também presente na política.
Apesar das diferenças usuais, podemos, sim, encontrar prosa na poesia e poesia na prosa.
Como posso incluir a prosa e a poesia nos meus estudos?
Para os vestibulares, estude os gêneros literários que serão cobrados dentro da prosa e da poesia, como contos, crônicas e romances (prosa), e os diferentes poemas de cada período literário estudado (poesia). Para todos os gêneros, é preciso se atentar não só à forma, mas ao conteúdo, para saber interpretar corretamente e mandar bem nas provas.
Além de saber a diferença entre poesia e prosa, é preciso estudar muito para fazer uma redação (texto em prosa) nota 1000! Existem diversas dicas aqui no blog. Pode dar uma fuçada!
Aproveite e confira aqui as diferenças entre as redações do Enem e da Fuvest, dois dos principais vestibulares do país!